Sou contra geralizações, dizer que tal grupo faz isso, ou tal grupo faz aquilo. Mas um traço que, para mim é característico de um bom paulistano é esse negócio de ser simpaticamente contra tudo. É uma necessidade estranha de tentar agradar reclamando e torcendo o nariz. É como se você só conseguisse ser legal se achasse um defeito no troço. Você consegue ser ainda mais legal se conseguir montar uma tese de sustentação com argumentos semi-científicos e fazer todo mundo concordar que aquilo realmente que está sendo discutido é uma bosta. Não existe nada tão admirável nas cult-nights paulistanas do que o camarada que critica bem. Com minúcias de detalhes e riqueza narrativa, o bom crítico sai do cinema emendando um discurso que humilha o diretor, detona todo trabalho de toda equipe de produção e arranca o couro do roteirista. Depois de tudo isso, vai sorrir e te convidar pra tomar uma cerveja.
Mas ao mesmo tempo, e talvez com a mesma contundência, ele pode falar bem. Claro, contanto que ninguém mais conheça o artista em questão. Tem outra ocasião também. Quando o artista está morto, fato que faz os mais reconhecidos serem, de fato, reconhecidos. Se o artista estiver vivo e presente no local, também não será avacalhado, pelo menos não naquele momento, o trabalho, nesse caso será dos jornais, sites e revistas.
Se reparar, não existem muitos artistas paulistanos, a maioria vem de fora, de outros estados. Talvez pelo fato de ser praticamente impossível desenvolver um talento artistico em meio a tantas críticas. São Paulo não é exatamente o melhor lugar para se gerar talentos, mas com certeza forma ótimos e competentes críticos amadores.
Me identifiquei… Lembrou eu mesmo no Charm da Paulista com você na sexta-feira. Exceto que sou artista paulistano. Meu twitter prova isso! A arte de jogar bosta na própria vida rs..
Tudo isso pra falar: Manda as fotos que vc tirou de mim no seu cel pro meu e-mail! jayme.menezes@hotmail.com
valew!
Boa viagem
se pá, criticar é uma ate tbm. um arte genuinamente paulistana…